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Plenário recebe Gestor do Hospital para debater a atual situação da Casa de Saúde

Publicado em 11/07/2019 - 10:52
Plenário recebe Gestor do Hospital para debater a atual situação da Casa de Saúde

Na sessão de segunda-feira 8, o Plenário da Câmara recebeu o gestor do Hospital de Caridade de Canguçu HCC, Gabriel Andina, para debater a atual situação da Casa de Saúde, após 7 meses de Intervenção Municipal.

O vereador autor do requerimento, Néviton Nornberg deu início ao diálogo questionando sobre a situação atual da instituição, as negativas da Casa de Saúde, e sobre a existência de dívidas fiscais e trabalhistas.

Em sua fala, Andina explicou que a intervenção ainda não conseguiu recuperar as negativas e que a falta delas, soma um débito de mais de R$ 6 milhões. Segundo o gestor, nos últimos meses a casa estudou uma renegociação para recuperar os documentos e poder vender serviços a Municípios vizinhos.

— Procuramos a Caixa Econômica e a Receita Federal, mas a negociação é um pouco aquém da possibilidade de fluxo de caixa para pagar; A proposta era uma entrada de 600 mil e o parcelamento do restante em 60 meses; Preferimos manter o diálogo com essas instituições e buscar articulações para conseguir uma negociação diferenciada. — explica o gestor.

Andina explicou ainda que o Município de Morro Redondo apontou interesse em comprar acesso ao Pronto Socorro e as cirurgias do Hospital de Caridade, mas não é possível firmar um convênios sem as negativas. 

Em seu tempo de 10 minutos como autor do requerimento, Nevinho aproveitou a oportunidade para questionar sobre a situação atual da dívida com os credores; dos repasses do Governo do Estado e do Governo Municipal, o parcelamento do salário dos servidores; e o posicionamento do SIMERS alertando com relação a falta de pagamento dos médicos, de condições seguras para o exercício da atividade e da possibilidade de greve.

O gestor destacou a preocupação em manter a regularidade dos pagamentos dos fornecedores e trabalhadores, e explicou que alguns dos principais credores foram renegociados para que a Casa de Saúde voltasse a comprar medicamentos. 

— Conseguimos um preço menor e fornecedores que voltaram a oferecer prazo para pagamento. O Fluxo de caixa ainda é curto e não há possibilidade de renegociar com todos eles juntos. Muitos dos credores não queriam vender nem a vista para o HCC. — reforça o gestor.

Andina explicou aos vereadores que a instituição ainda tem R$ 25 milhões de passivo de dívida. “Valor impagável para o fluxo de caixa do HCC” segundo o gestor.  Com 70% das metas de correção apontadas no relatório da consultoria prestada pelo Sírio Libanês, a estratégia agora é apresentar os resultados ao Banrisul, buscando pela possibilidade de um leilão das dívidas diretamente com o Banco.

Com relação aos repasses, o chefe da casa de saúde explicou que até o mês de abril,  o Estado vinha apresentando muita dificuldade para manter a regularidade, com repasse distribuído ao longo do mês e sem uma data certa para o pagamento; Além disso, a instituição havia ganhado o direito de receber um Incentivo Federal, mas a União questionou a liminar e o repasse trancou.

Andina defendeu que o convênio com a Prefeitura tem sido pago com regularidade e argumentou que, excepcionalmente no mês de maio, ocorreu um atraso por que o Executivo teve que comprometer parte do orçamento com a metade do décimo terceiro salário dos servidores. O aviso sobre o atraso teria sido dado dias antes do vencimento.

O vereador Cesar Madrid, do Progressistas, aproveitou a oportunidade para levantar alguns questionamentos sobre o controle da dívida para que ela não aumentasse, o funcionamento das cirurgias particulares, o controle da folha e dos serviços oferecidos e os débitos com serviços básicos, como água e luz. 

Além dele, o vereador Luciano Bertinetti, do MDB, questionou as mudanças promovidas com a intervenção da Prefeitura no Hospital de Caridade. Em contraposição, o vereador Erroldisnei Borges (PT) quis entender melhor, em exemplos práticos, quais pontos da consultoria foram executados e se a casa trabalhava com déficit fiscal. 

Andina destacou que a instituição está renegociando os débitos com a CEEE e a CORSAN e levantou os pontos que mudaram na Casa de Saúde, após a intervenção do Executivo.

O vereador Ubiratan Rodrigues (Progressistas), por sua vez, questionou  quantos leitos estavam  ocupados pelo SUS e o vereador Carlos Eduardo Martins (PTB) questionou sobre a prioridade no atendimento pediátrico no Pronto Socorro, sugerindo que o gestor levantasse a possibilidade de disponibilizar um profissional sempre ativo no local.

A sessão completa pode ser assistida na íntegra, no canal da TV Câmara no Youtube, clicando aqui.